Os animais que vivem nos oceanos, rios, lagos e represas podem ser nativos da fauna do Brasil ou exóticos, isto é, introduzidos, como é o caso das tilápias do Nilo e das trutas das águas frias, geralmente introduzidas a partir da Europa.
Várias situações de agravo a esses animais podem ocorrer:
- Muitos peixes, crustáceos e moluscos são retirados do seu meio natural através da pesca: os métodos de pesca ainda são muito cruéis, pois os animais são apanhados em rede ou com anzol, o que gera alto desconforto e até dor e acabam sendo recolhidos no barco e deixados a morrer por asfixia, fora da água; não há nenhuma forma de abate “humanitário”, por mais controversa que seja a situação de o abate ser de alguma forma humanitário.
- Quando a pesca se dá na época da piracema, prejudica-se a reprodução da espécie. A legislação proíbe a pesca em determinadas épocas e também locais, mas as medidas são insuficientes, embora necessárias.
- Peixes ornamentais são reproduzidos, muitas vezes, em cativeiro. Porém, há retirada de espécies ornamentais, tanto peixes como moluscos, crustáceos e corais, que são colônias de seres vivos, para compor aquários.
- As coleções hídricas onde esses animais vivem podem ser contaminadas com poluentes químicos, além de se tornarem depósitos de sacos plásticos, balões de látex e outros produtos sintéticos que, se ingeridos, obstruem o sistema digestivo de muitos animais marinhos ou de águas doces.
- Lagoas, pântanos e reservatórios de água podem ser drenados, esvaziados, podem ter seu nível de água e outras condições rapidamente modificadas pelo manejo ou por obras de engenharia, destruindo toda a fauna local ou modificando o meio de tal forma, que as espécies que lá vivem passam a não encontrar mais meios para se desenvolver. Isso acontece quando um rio é represado, por exemplo, e as águas correntes se transformam em águas paradas e sem oxigênio, destruindo a fauna que antes vivia ali.
- Alterações nos litorais feitas pelos homens podem incorrer em aumento de matéria orgânica ou lixo disponível, bem como acréscimo de poluentes; eventualmente, essas costas podem favorecer uma espécie que não vivia ali e que passa a frequentar o local. É o que acontece no litoral de Pernambuco, onde os tubarões estão se aproximando cada vez mais da praia e atacando os banhistas. No final, os animais acabam sendo mortos ou afetados negativamente pelas medidas de segurança, embora não tenham sido eles que geraram o problema.
- Orcas, golfinhos e lontras são apreendidos nos oceanos e levados para zoológicos/aquários, onde são exibidos como curiosidade, vivendo completamente divorciados de seu modo de vida e sua natureza. Não visite esses locais, pois os animais são explorados com fins econômicos, para lucro dos empresários. Procure ver os animais aquáticos em seu meio ou deixe-os viver tranquilamente.
Esta notícia é bem ilustrativa do sofrimento de golfinhos no contato com humanos: embora o golfinho encalhado pudesse permanecer respirando fora da água por muito tempo, pois se trata de um mamífero, o filhote estressou com as “selfies” e morreu na praia.
Dezenas de banhistas seguraram filhote de golfinho para tirar fotografias. Estresse causou a morte. Animal havia encalhado em praia.
De acordo com a ONG Equinac, que se dedica a recuperar e cuidar da fauna marinha, o incidente ocorreu no sábado numa praia de Mojácar, no sul do país. O golfinho havia encalhado e banhistas aproveitaram a situação para remover o animal e tirar fotografias.
“Os cetáceos são animais muito sensíveis ao estresse e o manuseio. A grande quantidade de pessoas em cima deles para tirar fotos e tocá-los causa um choque forte que acelera a ocorrência de insuficiência cardiorrespiratória”, afirmou a organização ao explicar o que causou a morte do animal.
Segundo com a Equinac, o grupo de salvamento foi notificado do encalhamento e chegou ao local em 15 minutos, mas o filhote já havia morrido. “O animal foi submetido a curiosos que queriam fotografá-lo e tocá-lo, e isto foi confirmado pelo coordenador dos salva-vidas e por fotografias, na qual crianças estão passando a mão no animal, cobrindo involuntariamente o espiráculo (orifício de respiração)”, acrescentou a ONG.
A organização disse ainda que o filhote pode ter ido parar na praia por ter se perdido da mãe, razão pela qual ele não sobreviveria, ou por estar doente.
O anúncio da morte do golfinho causou indignação nas redes sociais. No Twitter, um usuário pediu que as pessoas deixassem a estupidez em casa antes de ir à praia.
Uma mensagem do partido espanhol contra o maltrato animal (PACMA) culpando o assédio dos banhistas pela morte do filhote recebeu mais de 4,8mil curtidas no Facebook.